
Neste domingo (14/12), Caetano Veloso promove um ato musical contra a aprovação do chamado PL da Dosimetria, projeto da Câmara dos Deputados que favorece condenados pelo ato golpista do 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Diversos artistas compareceram no Ato Musical 2: O Retorno, realizado em Copacabana.
Uma das convidadas foi Fernanda Torres, que discursou durante a manifestação em prol da vivência feminina. “Pelo direito da mulher, pela democracia. Nós estamos aqui para cortar o Congresso, galera. Eles não podem trabalhar para si mesmos”, disse a atriz. “Ainda estamos aqui!”
A fala é uma referência ao premiado Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles que rendeu ao país o primeiro Oscar brasileiro. O longa acompanha a trajetória de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda, que é obrigada a reconstruir a própria vida após o desaparecimento do marido durante a ditadura militar no Brasil. O filme retrata o impacto da violência de Estado sobre uma família, a maternidade atravessada pela ausência e a resistência silenciosa de quem segue vivendo apesar do trauma.
O ato é uma continuação da ação contra a PEC da Blindagem, ocorrida em 21 de setembro — quando Caetano Veloso se juntou com Djavan, Chico Buarque, Gilberto Gil, Ivan Lins e Lenine, entre outros grandes nomes, para manifestar contra a proteção de deputados e senadores em processos criminais.
Segundo o Caetano, a mobilização é especialmente importante para as novas gerações. "Pessoal jovem que vai para lá, que eu espero ver nas ruas. Eu fico pensando muito em quão importante isso é para eles, que é o futuro da vida dos brasileiros", disse nas redes sociais. "Já vivenciei a esperança de o Brasil ser um lugar que possa dizer algo belo ao mundo. Terminei caindo na música popular, eu acho, porque a música popular é a área mais forte do Brasil. Acho que ela pode expressar os brasileiros e ajudar os brasileiros a se respeitarem mais."
Além da oposição ao PL da Dosimetria, os organizadores também lutam por outras bandeiras: pela vida digna de mulheres e crianças e combate ao feminicídio, pela investigação das "emendas Pix" (repasses suspeitos a parlamentares), por transparência no Caso Master (banco alvo de operação da PF), contra o "PL da Devastação" e o Marco Temporal, projetos relacionados a questões ambientais e indígenas.
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O cantor também destacou que devem lutar pela atuação plena, técnica e imparcial da Polícia Federal e do MPF, por decoro e responsabilidade no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo não à anistia de golpistas e, por fim, por respeito ao Brasil e aos brasileiros. "Vamos devolver o Congresso para o povo", diz a convocação oficial nas redes sociais.

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