MÚSICA

Clarissa se prepara para o lançamento da segunda parte de 'Agridoce'

Em entrevista ao Correio, a cantora revela detalhes da produção do segundo álbum de estúdio. '4AM', faixa que introduz a segunda parte do disco, está disponível nas plataformas de streaming

Clarissa durante ensaio para divulgar Agridoce -  (crédito: Divulgação)
Clarissa durante ensaio para divulgar Agridoce - (crédito: Divulgação)

Clarissa é, sem sombra de dúvida, um talento da nova geração da música brasileira. A cantora e compositora carioca inaugurou a nova fase com o lançamento da primeira parte de Agridoce, segundo álbum de inéditas da carreira. Na última quinta-feira (5/4), ela lançou 4AM, faixa que introduz a segunda parte do disco, marcada por uma faceta menos doce — e mais amarga — do projeto.

"Já são quatro da manhã / Eu acordo em duas horas, mas ainda não dormi / Tentei ler um livro / Ver um filme gringo, mas ninguém tá cansado aqui", canta Clarissa nos primeiros versos de 4AM. A faixa é marcada por uma sonoridade típica do pop alternativo, com sintetizadores e vocais com claras inspirações em cantoras como Clairo e Billie Eilish. A canção funciona como um interlúdio que separa a primeira parte de Agridoce da segunda.

Capa de '4AM'
Capa de '4AM' (foto: Reprodução/Instagram)

Na primeira parte do álbum, lançada em 21 de março, constam três faixas, marcadas por um lado mais solar e apaixonado de Clarissa. São elas a faixa-título Agridoce, a romântica Bonita e a espirituosa Botas de cowboy. No manifesto escrito pela cantora para o lançamento da parte 1, Clarissa ressalta que é um álbum sobre imagem, cheiro e toque, na medida em que faz uso de recursos sinestésicos para construir a narrativa que guia o disco, da primeira à última faixa.

Afinal, “agridoce” define a característica daquilo que é marcado pela mistura de sabores adocicados e amargos, o que, para Clarissa, serviu de metáfora perfeita para a construção dos sentidos e próprio conceito do álbum. “Eu não queria que fosse uma coisa tão ‘preto no branco’. O nome traduz bem isso, porque o agridoce não é nem amargo nem doce. Ele é uma mistura de sensações”, explica Clarissa, em entrevista ao Correio.

A cantora compartilhou muitos outros detalhes sobre o processo de produção do álbum, que não tem data de lançamento confirmada oficialmente. Com a fala carregada de chiados — típicos do sotaque carioca —, Clarissa se debruçou sobre expectativas e referências que a conduziram durante todo o processo de construção melódica, bem como composição das faixas incluídas no projeto. A cantora adiantou que Agridoce se trata de um álbum 100% autoral, composto por faixas interpretadas unicamente por ela, sem colaborações com outros artistas.

Contudo, se engana quem pensa que Agridoce seja um projeto pautado somente em sentimentos felizes ou tristes. A cantora afirma que, durante a produção do disco, passou por uma montanha-russa de emoções. “Esse álbum está bem misto. A última música do álbum, por exemplo, o nome dela é Faz parte. Foi uma música que, quando eu gravei ela, eu estava em um momento horrível e tinha acabado de terminar. A última frase da música, quando eu mandei, estava com o choro engasgado. Essa música super foi naquele momento, mas outras não. Então tem essa coisa bem misturada”, observa Clarissa, sobre o processo de composição das faixas.

Clarissa aproveitou a oportunidade para compartilhar que tem planejado apresentações para 2024, bem como uma colaboração gravada com uma dupla de artistas. A cantora também revelou o desejo de trabalhar com outros nomes do cenário musical, como Jão e Carol Biazin.

Antes do Agridoce

Clarissa viralizou em 2021 com o lançamento da faixa de pop punk Nada contra (cíume), sobretudo no TikTok. Com o sucesso da canção, a cantora passou a ser alvo de maior atenção da mídia, além de vencer o prêmio de Hit do Ano no TikTok Awards e ser indicada para o Grammy Latino de 2022 na categoria de Artista Revelação.

Ao ser perguntada sobre a pressão que recebe para produzir novos hits, Clarissa afirma que não se deixa levar por cobranças do gênero. “Sempre quis ser uma artista de carreira. Prefiro ter lançamentos com números consistentes do que um lançamento [de sucesso] a cada cinco anos. Quero criar uma fanbase e quero pessoas que me acompanhem porque eu acho isso muito saudável e muito sustentável para o futuro”, adiciona ela.

A cantora havia sido apresentada ao grande público pela primeira vez com o lançamento do filme Ana e Vitória (2018), quando interpretou o par romântico de Ana Caetano, a personagem Cecília.

  • Clarissa estreou a era ’Agridoce’ com o lançamento da primeira parte do disco em 21 de fevereiro
    Clarissa estreou a era ’Agridoce’ com o lançamento da primeira parte do disco em 21 de fevereiro Divulgação
  • Clarissa explora os lados doces e amargos das rela
    Clarissa explora os lados doces e amargos das rela Divulgação
  • Capa de Agridoce
    Capa de Agridoce Divulgação
  • A cantora e compositora Clarissa lançou, na última quinta-feira (4/4), o interlúdio 4AM
    A cantora e compositora Clarissa lançou, na última quinta-feira (4/4), o interlúdio 4AM Divulgação

Três perguntas para//Clarissa

Como você descreveria essa nova fase na carreira?

Com certeza muito mais madura. Eu estou muito contente porque eu acho que existem muitas coisas ali que lembram bastantes coisas que eu já fiz, mas com uma nova roupagem, com palavras mais maduras, mais complexas e olhares mais complexos.

Como você avaliaria a recepção dos fãs com relação ao novo álbum?

Acho que foi o lançamento que eu mais fiquei ansiosa para ver a reação da galera porque eu botei muita atenção, muito cuidado e muito carinho ali. Eu sinto que meus fãs amadureceram muito comigo. É um lançamento que lembra coisas que eu já fiz, mas ele também tem novidades e tem coisas ali mais maduras. Tem sido tudo muito positivo. Até agora nada negativo, de verdade.

Que obras te inspiraram durante a produção de Agridoce?

Fleabag é uma série que em mil coisas me inspira. Essa coisa de ela estar evoluindo como pessoa, estar apaixonada e saber que ainda tem trabalho pela frente. Personagens femininas complexas me inspiram bastante porque eu me vejo muito nelas. Além disso, existem livros que eu leio que me causam questionamentos. Eu li o último da Joan Didion, mas não vou lembrar o nome. Eu sempre digo que para a gente criar a gente precisa consumir.

*Estagiário sob a supervisão de Pedro Ibarra

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postado em 11/04/2024 16:03
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