
O mundo do cinema despediu-se, na manhã desta terça-feira (16/9), de Robert Redford. O ator e cineasta morreu aos 89 anos em sua casa em Sundance, nas montanhas de Utah — “o lugar que ele amava”, segundo o comunicado no jornal americano The New York Times.
Ao longo de uma carreira que atravessou mais de seis décadas, Redford alternou papéis de astro romântico e herói solitário com trabalhos autorais como diretor e produtor. Ele alcançou a fama cinematográfica nas décadas de 1960 e 1970, estrelando em filmes que se tornaram clássicos do período e que ajudaram a definir sua imagem de galã carismático.
Entre seus filmes de maior destaque estão Butch Cassidy (1969), que o colocou ao lado de Paul Newman e consolidou sua imagem pública; Golpe de Mestre (1973), outra parceria com Newman que venceu o Oscar de Melhor Filme; e Todos os Homens do Presidente (1976), onde interpretou o repórter Bob Woodward em um dos mais célebres filmes políticos sobre o caso.
Como diretor, Redford alcançou o ápice com Gente como a gente (1980) — seu primeiro grande longa à frente das câmeras. A obra ganhou quatro Oscars, incluindo o de Melhor Diretor, e prova sua capacidade de transitar entre atuar e comandar produções profundas e dramáticas. Ao longo das décadas seguintes, manteve uma presença tanto em grandes produções quanto em filmes menores e introspectivos.
Estrela de Hollywood
Os anos 1970 consolidaram Redford como um dos maiores astros de Hollywood. Em 1973, estrelou Nosso Amor de Ontem, um drama romântico com Barbra Streisand que permanece até hoje como um de seus papéis mais lembrados. Em 1974, Redford interpretou Jay Gatsby em O Grande Gatsby, vivendo o milionário misterioso do clássico literário de F. Scott Fitzgerald.
Outro marco de sua carreira foi Todos os Homens do Presidente (1976), de Alan J. Pakula, no qual encarnou o jornalista Bob Woodward, parceiro de Carl Bernstein (Dustin Hoffman), na investigação jornalística do caso Watergate. O filme tornou-se um dos mais importantes thrillers políticos da história do cinema e ajudou a reforçar a imagem pública de Redford como alguém ligado a causas sociais e democráticas.
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Nos anos 1980, Redford manteve a relevância tanto atuando quanto dirigindo. Em O Melhor dos Campeões (1984), interpretou um jogador de beisebol com uma trajetória quase mítica. Em 1985, protagonizou Entre Dois Amores, ao lado de Meryl Streep, dirigido por Sydney Pollack. O épico romance, ambientado no Quênia colonial, venceu sete Oscars e reforçou sua imagem internacional como astro.
Mais do que ator ou diretor, Redford se firmou como figura-chave do cinema independente ao fundar, em 1981, o Sundance Institute e, posteriormente, o Festival de Sundance. O evento se transformou na principal vitrine mundial para novos cineastas, revelando nomes como Quentin Tarantino, Steven Soderbergh, Darren Aronofsky e Ava DuVernay.
Na frente das câmeras, Redford continuou a escolher papéis que equilibravam entretenimento e relevância. Em Heróis por Acaso (1992), estrelou um filme tecnológico de espionagem; em Proposta Indecente (1993), viveu o milionário que propõe um pacto controverso a um casal interpretado por Demi Moore e Woody Harrelson; em Quiz Show – A Verdade dos Bastidores (1994), como diretor, explorou o escândalo televisivo dos anos 1950, rendendo-lhe mais uma indicação ao Oscar.
Fase final
Mesmo na terceira idade, Redford continuou trabalhando no meio artístico. Em Até o Fim (2013), interpretou sozinho um navegador à deriva em alto-mar, numa atuação de quase duas horas sem falas — uma das interpretações mais elogiadas de sua carreira tardia. Em Conspiração e Poder (2015), viveu o âncora Dan Rather em um drama jornalístico sobre a CBS e George W. Bush.
Seu último grande papel foi em O Velho e a Arma (2018), de David Lowery, inspirado em uma história real de um ladrão de bancos septuagenário. O filme foi anunciado como despedida da atuação, coroando sua carreira.
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