
O cineasta mexicano Guillermo del Toro, conhecido por clássicos como O Labirinto do Fauno e vencedor do Oscar por A Forma da Água, declarou à NPR que nunca pretende recorrer à inteligência artificial na produção cinematográfica. “IA, particularmente IA generativa, não me interessa, nem nunca estarei interessado. Tenho 61 anos e espero continuar desinteressado até bater as botas. Outro dia, alguém me perguntou minha opinião sobre IA e respondi: ‘prefiro morrer’”, revelou.
Del Toro ressaltou que a preocupação não está na tecnologia em si, mas sim na “estupidez natural” que, segundo ele, impulsiona os piores comportamentos no mundo. O diretor comparou o fascínio por ferramentas de IA à arrogância de Victor Frankenstein, personagem da nova adaptação cinematográfica baseado no livro de Mary Shelley. “Ele está meio cego, criando algo sem considerar as consequências. Precisamos pausar e refletir sobre para onde estamos indo”, afirmou.
A posição do cineasta reflete o clima de debate em Hollywood sobre o uso da IA. A tecnologia gerativa tem sido alvo de críticas por possibilitar reduzir custos de produção, ameaçando a contratação de profissionais e violando direitos autorais de escritores e atores — um dos fatores que motivaram a greve dos sindicatos norte-americanos em 2023. No Oscar deste ano, filmes como O Brutalista e Emília Pérez, que usaram IA, também geraram controvérsia, levando a Academia a atualizar suas regras.
Del Toro, que estreia sua versão de Frankenstein nos cinemas brasileiros em 23 de outubro e na Netflix em 7 de novembro, descreve o projeto como um dos sonhos de sua carreira. O filme traz Oscar Isaac como Victor Frankenstein, Jacob Elordi no papel do Monstro — substituindo Andrew Garfield, que deixou o projeto por conflitos de agenda — e Mia Goth, possivelmente como a Noiva de Frankenstein. Charles Dance, Lars Mikkelsen, David Bradley, Christian Convery e Christoph Waltz completam o elenco.
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O cineasta afirma que sua adaptação tem traços autobiográficos, mostrando um Victor Frankenstein criado por um pai severo, obcecado com a criação de um ser humano em laboratório. Antes da exibição no Lumière Film Festival, na França, Del Toro já havia manifestado sua aversão à IA, resumindo sua opinião em uma frase direta: “A IA pode se f…”.
Além de Frankenstein, Del Toro continuará explorando o universo de histórias fantásticas com a Netflix, adaptando O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro, em animação stop-motion, após o sucesso de Pinóquio, que conquistou o Oscar de Melhor Animação.

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