
A autorização concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira (19/11), para que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realize estudos com a planta Cannabis sativa foi o tema do CB.Agro, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, desta sexta-feira (21/11). A permissão é exclusiva para pesquisa científica e segue regras rigorosas de controle.
Para Daniela Bittencourt, pesquisadora e secretária-executiva do Comitê Permanente de Assessoramento da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa em Cannabis, a decisão representa um divisor de águas. De acordo com ela, há anos a Embrapa discute o tema internamente, por meio de um grupo de trabalho dedicado a avaliar o potencial da planta e os impactos que a cultura pode trazer ao setor agropecuário brasileiro.
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“É muito importante estarmos envolvidos. No fim das contas, estamos falando de uma planta, uma cultura agrícola. Com essa autorização, podemos desenvolver pesquisas que trarão respaldo técnico para as muitas discussões em andamento, inclusive, sobre a regulamentação da cannabis no país”, ressaltou.
Segundo Daniela, a expectativa é de que o avanço das pesquisas contribua para estruturar toda a cadeia produtiva, do plantio ao produto final. Além da área medicinal, ela destacou o potencial industrial, especialmente no caso do cânhamo, uma variedade da cannabis que produz fibras de alta resistência, utilizadas na indústria têxtil e no desenvolvimento de novos biomateriais.
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“Quando falamos em desenvolver a cadeia produtiva, falamos em gerar conhecimento tecnológico, sistemas de cultivo que agreguem valor, criem empregos, renda e atendam a novos setores da indústria”, explicou.
A autorização concedida pela Anvisa contempla três projetos estruturantes, que serão desenvolvidos por diferentes unidades da Embrapa. O primeiro prevê a criação de um banco de germoplasma e a caracterização genética dos materiais estudados, etapa considerada essencial para programas de melhoramento genético, conduzido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF).
Os outros dois são voltados ao melhoramento genético de cannabis para uso medicinal, liderado pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS), e ao uso industrial, sob coordenação da Embrapa Algodão (Campina Grande-PB). Daniela assinalou que todo o trabalho será realizado em rede, com troca constante de informações entre as equipes. “Queremos construir conhecimento de forma integrada, compartilhando resultados”, concluiu.

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