Música

MD chefe lança música com Major RD e critica vereadora que propôs Lei "Anti-Oruam"

Cantores fazem música que critíca Amanda Vettorazzo, vereadora paulista que propôs a lei "Anti-Oruam"

Md Chefe e Major Rd lançam nova música -  (crédito: Rafael Buto / Divulgação)
Md Chefe e Major Rd lançam nova música - (crédito: Rafael Buto / Divulgação)

Com identidade preta e crítica social, MD Chefe se une a Major RD lançam nesta quarta-feira (13/8) parceria inédita, o single Reunião de Matuto. A faixa foi escrita pelos dois rappers e conta com a participação do DJ RUXN. No centro da narrativa estão a valorização das conquistas da população negra e o enfrentamento a iniciativas políticas que representam tentativas de silenciar a cultura periférica.

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A música surge em um momento de forte debate provocado pelo Projeto de Lei 26/2025, da vereadora paulistana Amanda Vettorazzo, que propõe impedir a contratação de artistas cujas letras que supostamente façam apologia ao crime. Para MCs e produtores da cena do funk, rap e trap, a proposta abre espaço para perseguição seletiva contra artistas negros e periféricos, e confunde denúncia com incentivo à violência. Em entrevista exclusiva ao Correio, MD chefe falou sobre o projeto de lei e sobre a nova faixa.

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“Eu entendo que o rap está tomando uma proporção muito grande. Ele sempre foi marginalizado, mas hoje tem visibilidade e engajamento. Isso incomoda. Acho que os políticos estão mirando no rap apenas para ganhar mídia e viralizar em cima da nossa luta”, afirma MD.

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Sobre a escolha de dividir a faixa com Major RD, MD Chefe destaca a autenticidade e o papel simbólico que cada um carrega: “O Major é um dos artistas mais autênticos do nosso mercado. Eu também. A gente cumpre papéis importantes na causa preta. Eu falo sobre pretos donos de marcas de whisky e que estão em lugares antes restritos. Ele traz a imagem do preto dono de fazenda, do cowboy, do rock and roll, que também é música negra. Essa conexão era necessária”, completa cantor

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Major RD, em entrevista divulgada, por sua vez, reforça o caráter documental de suas rimas. “Costumo falar que sou repórter da minha área. Relato o que vejo e ouço, e conto também a nossa história. No verso em que cito a vereadora, falo sobre um jovem morto no Santo Amaro e questiono essa linguagem do ódio que tentam impor”.

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Para MD Chefe, a tentativa de censura reforça estereótipos históricos. “Tudo o que chama muita atenção incomoda. Pessoas que vieram de outra realidade e venceram incomodam. Mas isso não vai acabar com a estrutura do rap. Hoje temos mais artistas politizados, prontos para abraçar a causa”, diz.

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O rapper também enxerga a música como ferramenta de transformação social. “O movimento tira pessoas do crime, dá oportunidade, faz o que o governo não faz. Queremos mais respeito. Nossa música é séria, mas também é entretenimento. Reunião de Matuto é politizada, tem porrada, mas não deixa de ser divertida”, finaliza o cantor.

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postado em 13/08/2025 18:06 / atualizado em 14/08/2025 11:37
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