Operação Tempus Veritatis

Em mensagem, Cid diz que militares protegeriam manifestantes em ato de 15/11

Ação da Polícia Federal mira em organização criminosa suspeita de tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, militares, assessores e ex-ministros

A operação da PF é embasada em partes pela delação premiada feita por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro  -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
A operação da PF é embasada em partes pela delação premiada feita por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em uma troca de mensagens de 11 de novembro de 2022, orientou o major do Exército Rafael Martins de Oliveira, em relação aos locais para realização das manifestações do feriado da Proclamação da República daquele ano e se as Forças Armadas garantiriam a permanência das pessoas no local.

Segundo a investigação da Polícia Federal (PF), Cid confirmou que os alvos seriam o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) e sinalizou que as tropas garantiriam a segurança dos manifestantes. Bolsonaro e diversos ex-ministros e militares são alvos, nesta quinta-feira (8/2), da operação Tempus Veritatis que apura a organização criminosa que tentou orquestrar um golpe de Estado.

Na decisão que autoriza as buscas, apreensões e prisões, obtida pelo Correio, o ministro Alexandre de Moraes indica que, “dias após o fim do 2º turno e com a intensificação dos acampamentos na cidade de Brasília/DF”, Cid e o major Rafael trocaram mensagem chamando para as manifestações, “o que demonstra que os protestos convocados não se originaram da mobilização popular, mas sim da arregimentação e do suporte direto do grupo ligado ao então presidente JAIR BOLSONARO, como estratégia de demonstração de ‘apoio popular’ aos intentos criminosos”.

A dupla trocou mensagens, ainda, comprovando que R$ 100 mil foram usados para custos com hotel, alimentação e material para “trazer o pessoas do Rio”. Moraes argumenta que o diálogo revela “fortes indícios” de envolvimento direto de Rafael Martins “direcionando os manifestantes para os alvos de interesse dos investigados, como STF e Congresso Nacional, além de realizar a coordenação financeira e operacional para dar suporte aos atos antidemocráticos”.

O ministro afirma ainda que há “novos indícios de arregimentação e utilização de integrantes das Forças Especiais (FE) do Exército, especializados em atuação em ambientes hostis, negados ou politicamente sensíveis para subverter o Estado Democrático de Direito”.

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postado em 08/02/2024 15:05 / atualizado em 08/02/2024 15:06
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