
Em uma sociedade marcada pelo excesso de estímulos das telas, pela produtividade e pela hiperconectividade, o sono passou a ser colocado em segundo plano. A exposição prolongada à luz artificial, o uso constante de dispositivos eletrônicos e a dificuldade de desacelerar mentalmente têm dificultado o descanso adequado. O neurologista Nonato Rodrigues, membro da Academia Brasileira do Sono, foi o convidado o CB.Saúde — parceria entre a TV Brasília e o Correio Braziliense — desta quinta-feira (7/8). Ele abordou as causas da insônia, os impactos dos distúrbios do sono no organismo e ofereceu orientações para quem deseja melhorar a qualidade do repouso.
Segundo o especialista, a insônia está cada vez mais relacionada ao uso excessivo de eletrônicos, especialmente no período noturno. “Estamos normalizando o que é anormal. A cama foi feita para dormir. O quarto, a temperatura e a luminosidade existem para favorecer o sono. Com o avanço da tecnologia, levamos para a cama objetos que emitem luz, que piscam, com os quais interagimos, ou seja, levamos estímulos para um ambiente que deveria ser de desaceleração e descanso”.
Essa realidade não afeta apenas quem tem rotinas diurnas. Os trabalhadores noturnos, por exemplo, enfrentam desafios ainda maiores. “Essa é uma questão muito importante. Estamos causando problemas. Vivemos numa época em que é tecnicamente fácil dormir: temos analgésicos, abafadores de som e de luz, tecnologias que nos ajudam a criar um ambiente propício. No entanto, nunca dormimos tão mal”, observou.
Para o neurologista, a lógica da produtividade tem sido um obstáculo ao sono reparador. “A sociedade atual é pautada pela produção. O valor está no que você faz, não no que você é. Muitas pessoas estão trocando o sono por outras atividades, e isso tem gerado consequências sérias para a saúde”, completou.
O especialista também alertou para os impactos diretos dos distúrbios do sono na saúde cardiovascular. “Os transtornos do sono matam, e matam pelo coração. O indivíduo que dorme com má qualidade ou simplesmente nem dorme aciona o sistema de estresse e de preparação para a luta ou fuga. Esse sistema é veiculado pelo cortisol. Isso causa aumento da pressão arterial e arritmias cardíacas”, afirmou.
Para quem busca uma rotina de sono mais saudável, o Dr. Nonato defende o equilíbrio. “Nosso dia tem 24 horas. Devemos distribuí-las em três blocos: 8 horas para trabalhar, 8 horas para lazer e 8 horas para dormir. Se você não está conseguindo equilibrar essa divisão, há algo errado na gestão do seu tempo”.
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*Estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti
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