
O Campeonato Candango é um casamento que deu certo entre clubes e a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF). A certidão de matrimônio do principal torneio da capital atesta para 50 edições profissionais em 2025. Entre 1964 e 1975, houve flerte para qualificar a disputa, mas sem êxito. O "sim" veio, mesmo, em 1976. O que o gramado uniu ninguém ousou separar. Nesta temporada, a competição comemora as bodas de ouro com o rótulo de uma das principais regionais do país.
Não há exagero. Basta olhar para a premiação reservada ao campeão: R$ 1,2 milhão. A bolada fica atrás somente do valor pago ao vitorioso do Paulistão — R$ 5 milhões. No Distrito Federal, vice, terceiro e quarto colocados também são recompensados, com R$ 400 mil, R$ 250 mil e R$ 150 mil.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Presidente da FFDF, Daniel Vasconcelos destaca a organização para 2025. "É algo que nos orgulha muito. Temos muito cuidado e zelo para fazer as coisas com transparência e da melhor maneira para todas a partes", comenta. O dirigente comemora a divulgação da tabela completa, incomum nas edições passadas. "Ajustamos todos os detalhes para levar mais público aos estádios, ter mais organização", completa.
O 50º desfile é uma reunião de campeões. Cinco dos 10 envolvidos ostentam, pelo menos, um troféu. O número é maior do que o da edição anterior, quando Brasiliense, Ceilândia, Gama e Real Brasília subiram o sarrafo. Agora, são 31 taças reunidas, com o retorno do Sobradinho, vitorioso em 1985, 1986 e 2018. Capital, Ceilandense, Legião, Paranoá e Samambaia ensaiam o primeiro reinado.
A maioria dos times honrará às raízes. O Gama jogará no Bezerrão. O Brasiliense segue no Serejão. O Capital estreita laços com o Estádio JK. O Real Brasília aposta no Defelê, na Vila Planalto, enquanto o Samambaia tem como cancha o acanhado Rorizão. O Ceilândia é fiel ao Abadião. Ceilandense, Legião, Paranoá e Sobradinho são os deslocados. O time da região mais populosa do DF dividirá campo com o Brasiliense.
Cenário semelhante para o Legião, inquilino no Gama. O Estádio Defelê será o mais utilizado. Além dos jogos do Real Brasília como mandante, estenderá o tapete verde para Paranoá e Sobradinho. Assim como em 2024, não haverá partidas em estádios de Goiás, como o Serra do Lago, em Luziânia, e o Diogão, em Formosa.
Pela terceira vez em 24 anos, o Candangão terá somente times nascidos no DF. Pode soar estranho, mas é isso mesmo. A disputa costuma abrir portas para equipes de Goiás e de Minas Gerais.
Mas nem tudo são flores. Há pontos sensíveis, como a manipulação de resultados em meio à febre das casas de apostas on-line. Em 2024, o Santa Maria foi vítima ao entregar a gestão a William Rogato, o autointitulado "Rei do Rebaixamento". Ele cooptou jogadores e orquestrou quatro goleadas sofridas, como o 6 x 0 para o Ceilândia e o 5 x 0 diante do Gama. O clube caiu para a segunda divisão. É aí que entra a tecnologia do árbitro de vídeo, a partir das semifinais. O recurso custa R$ 40 mil por jogo, o que o impossibilita de ser utilizado na primeira fase.
Confira detalhes sobre as equipes participantes
- Brasiliense mantém base para tentar recuperar protagonismo
- Capital se apoia em estruturação para chegar ao título
- Ceilandense sonha em fincar raízes na elite
- Ceilândia mantém base campeã para repetir a dose
- Gama conta com mercado voraz e torcida para voltar a vencer
- Legião projeta permanência com elenco jovem
- Paranoá ajusta detalhes para sair da fila do quase
- Real Brasília vive ano de redenção com aposta pela juventude
- Samambaia mescla rodagem e juventude pela sobrevivência
- Sobradinho investe alto por retorno brilhante à elite
*Estagiários sob supervisão de Marcos Paulo Lima
Saiba Mais
Arthur Ribeiro*
EstagiárioAluno de jornalismo com passagem nas redações da Agência CEUB, Jornal de Brasília e TV Câmara. Escreve na editoria de Esportes do Correio. Apaixonado por futebol e esportes americanos, realiza um sonho em poder fazer o que ama.
Danilo Queiroz
RepórterFormado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Brasília (UCB), está no Correio desde 2020. Cobriu presencialmente os Jogos Olímpicos de Paris-2024, a Copa América e finais de Libertadores, Recopa e Copa do Brasil

Gabriel Botelho*
EstagiárioBrasiliense de 21 anos, apaixonado desde o princípio da vida por esportes, mas de maneira um pouco mais afetuosa pelo futebol. No jornalismo desde 2020, ano de entrada no Ceub.