Em uma noite marcada por muita emoção, o Correio Braziliense celebrou, nesta terça-feira (9/12), a primeira edição do Prêmio JK, uma homenagem a personalidades que ajudam a construir a história de Brasília. A cerimônia ocorreu no auditório do Tribunal de Contas da União (TCU) e reuniu políticos, autoridades e representantes da sociedade civil para reverenciar todos aqueles que contribuem para o desenvolvimento econômico, social, político, esportivo e cultural da nossa capital (reveja como foi a premiação com o vídeo no fim desta matéria).
A cerimônia teve início com um discurso do presidente do Correio, Guilherme Machado. "O povo de Brasília fez com que a cidade crescesse. A nossa ideia era homanegar todos aqueles que fazem Brasília crescer", comentou Guilherme Machado.
Na sequência, foi a vez da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, enfatizar a importância do prêmio ter o nome de Juscelino Kubitschek, fundador de Brasília e símbolo de avanço, sonho e união de propósitos. "Devemos parabenizar o Correio Braziliense pela história que eles escrevem. Uma história de trabalho, uma história de sucesso, de credibilidade. Tenho certeza que as pessoas hoje que estão sendo premiadas estão muito orgulhosas de estarem sendo agraciadas."
Personagem central da política brasileira por mais de um século, o ex-presidente José Sarney foi o primeiro homenageado da noite. Sarney é, ao mesmo tempo, testemunha e protagonista de transformações decisivas do Brasil contemporâneo. Aos 95 anos, o ex-presidente, que conduziu a transição entre a ditadura militar e a redemocratização, preserva um legado que ultrapassa a política institucional e atravessa campos como a literatura, a administração pública e a formação do Estado moderno. Em viagem, o ex-presidente foi representado na homenagem pelo neto João.
Na sequência, a homenageada, na categoria Sustentabilidade, foi Mercedes Bustamante, uma das mais importantes cientistas brasileiras dedicadas ao Cerrado, com uma trajetória acadêmica marcada pela excelência e pela defesa incansável dos biomas nacionais. Professora titular do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília, ela é referência internacional nos estudos sobre mudanças climáticas, uso da terra, biodiversidade e emissões de gases de efeito estufa.
O engenheiro civil, empresário e pioneiro Osório Adriano Filho, de 95 anos, foi o terceiro homenageado da noite. Com uma trajetória entrelaçada à história de Brasília, Osório Adriano é pesidente e fundador da Brasal, um dos maiores grupos nacionais nos setores de construção, bebidas, veículos, combustíveis e energia, ele chegou ao Planalto Central antes mesmo de a capital existir.
O quarto a receber a honraria foi o vice-presidente Geraldo Alckmin, que não conseguiu comparecer e o troféu será entregue nos próximos dias. Médico de formação e um dos políticos mais longevos do país, Alckmin construiu uma trajetória marcada pela moderação, pela capacidade de articulação e pela defesa de políticas públicas de longo prazo. Ex-governador de São Paulo por quatro mandatos, ele consolidou sua imagem como gestor técnico, atento à estabilidade fiscal e à ampliação de serviços essenciais, especialmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura.
Na categoria inovação, quem recebeu o prêmio foi Leonardo Júlio Souza, de 29 anos, que durante a formação acadêmica na Universidade de Brasília (UnB), encontrou laboratórios e projetos que foram essenciais em sua trajetória no setor espacial.
Primeira mulher a presidir o Superior Tribunal Militar (STM) em mais de um século de existência da Corte, a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha recebeu o prêmio na sequência. Ela construiu uma trajetória marcada pela defesa da Constituição, dos direitos humanos e da ampliação da presença feminina em espaços historicamente masculinos.
Engenheira agrônoma formada pela Universidade de Brasília (UnB), Iêda Carvalho Mendes recebeu na categoria agro. Ela aprendeu que o solo não é apenas um recurso produtivo, mas sim um organismo vivo, complexo e cheio de respostas. Consolidou sua carreira como uma das principais referências do país no estudo dos microrganismos que sustentam a fertilidade da terra.
Pioneirismo científico
A oitava homenageada da noite foi a diretora-presidente da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, Lúcia Willadino Braga. Psicóloga de formação, musicista desde a infância e neurocientista por vocação, construiu uma trajetória marcada pelo pioneirismo científico e pela inovação metodológica, e tornou-se referência mundial na área de neurociência aplicada à recuperação de lesões cerebrais.
Em seguida, o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no Distrito Federal (Senac-DF), Vitor Corrêa, foi homenageado na categoria Entidade de Classe. À frente da entidade, Corrêa consolidou uma gestão marcada pela expansão de oportunidades educacionais e pela defesa da qualificação profissional como instrumento de transformação social.
Elias Silva Araújo recebeu a premiação na categoria Inclusão e Voluntariado. Graduado em pedagogia pelo Instituto Superior Nossa Senhora de Fátima, ele fundou em 1996 a Casa de Paulo Freire, uma instituição sem fins lucrativos que, por meio dos ensinamentos do educador e filósofo brasileiro, visa alfabetizar jovens e adultos da região de São Sebastião que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos.
Emoção de Abadia
A ex-governadora Maria de Lourdes Abadia foi mais uma personalidade da política brasiliense a receber uma homenagem especial. "Vou colocar na porta da entrada da minha casa", disse Abadia, visivelmente emocionada.
Na sequência, Dione Moura recebeu a honraria na categoria Educação. Professora titular da Universidade de Brasília (UnB) e diretora da Faculdade de Comunicação, Dione é de família negra de origem nordestina e crescida em uma casa de barro e palha na periferia da capital goiana. Aprendeu desde cedo que a educação seria o único caminho possível para romper os limites impostos pelo racismo estrutura. "É um reconhecimento a tudo que fizemos e, ao mesmo tempo, olha o que esperamos de vocês", disse a professora, ao receber o prêmio.
Agricultura orgânica
À frente de uma das marcas mais emblemáticas da agricultura orgânica do Distrito Federal, Clevane Valle recebeu o prêmio na categoria Empreendedorismo. Clevane transformou o que começou como um empreendimento familiar em referência nacional em sustentabilidade, inovação e produção de alimentos de qualidade. Gestora da Fazenda Malunga, ela integra a segunda geração de um projeto iniciado na década de 1980 e que se consolidou como pioneiro no cultivo orgânico certificado no país.
Na categoria Indústria e Tecnologia, o agraciado foi o projeto Sesi Lab, representado pelo presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Jorge Bittar. "O Sesi Lab é um equipamento que custou mais de R$ 250 milhões, investidos pela indústria brasileira. Isso precisa ficar marcado", afirmou Bittar.
Na categoria Saúde, a agraciada foi a diretora científica da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), médica formada pela Universidade de Brasília (UnB) e professora do instituto, Licia Mota, que construiu uma trajetória mergulhada na dedicação aos pacientes. Hoje, após mais de 20 anos de carreira, ela se divide entre o Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde atua como reumatologista, coordena o ambulatório da especialidade e lidera a Coorte Brasília de Artrite Reumatoide, estudo que observa pacientes; e as salas de pós-graduação da UnB, nos programas de Ciências Médicas e Patologia Molecular. Lá, ensina as novas gerações de médicos a enxergar doenças autoimunes.
Vinícola Brasília premiada
Na categoria Turismo e Eventos, quem levou o prêmio foi Jamil Suaiden, presidente do Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). "Quero agradecer à minha família, aos funcionários, que estão juntos nessa missão de entregar os melhores eventos de Brasília. Sempre buscamos fazer o melhor", comentou Jamil, ao receber o prêmio.
Na categoria Comércio e Serviços, a premiação foi para a Vinícola Brasília, inaugurada em abril do ano passado. O produtor Ronaldo Triacca recebeu em nome dos sócios, que também subiram ao palco. "É um honra muito grande para nós que estamos nessa atividade relativamente nova, que é a produção de vinhos finos, receber um prêmio que nasce tão importante", disse Triacca.
Reconhecimento da marcha atlética
Na categoria Economia Criativa, quem levou o prêmio foi Miguel Galvão. Economista formado pela Universidade de Brasília (UnB), ele foi responsável por transformar o vazio urbano da 506 Sul no Infinu, um dos espaços culturais mais pulsantes da capital, que ocupa mais de 400 m² e abriga mais de 70 marcas distribuídas por três andares.
Orgulho do esporte nacional e cria de Sobradinho, Caio Bonfim ganhou na categoria Esportes. O atleta conquistou a primeira medalha olímpica na marcha atlética, com a prata em Paris 2024. Em 2025, seguiu brilhando e conquistou o ouro no Mundial de Tóquio. O pai dele, João Sena, representou o atleta no Prêmio JK. "Hoje, a minha esposa foi escolhida como a melhor treinadora do país e quero também prestar essa homenagem a ela. Caio Bonfim é um presidente de Deus, não só para mim, mas também para Brasília", afirmou João.
Na categoria Cultura, o premiado foi Reco do Bandolim. Comprometido com a preservação e difusão do choro em Brasília, Reco construiu, ao longo de cinco décadas, uma trajetória que une educação e compromisso com a memória cultural brasileira. Baiano de Salvador, mudou-se para Brasília ainda jovem e rapidamente se tornou um dos principais nomes do gênero no Distrito Federal. Foi ele quem reabriu, em 1993, o Clube do Choro de Brasília, hoje uma das instituições mais importantes dedicadas ao estilo no país, responsável por formar plateias, acolher músicos e manter viva uma tradição que atravessa gerações.
O último homenageado da noite não está mais entre nós. O ator, diretor, produtor e ex-secretário de Cultura Guilherme Reis, que morreu em setembro, aos 70 anos, recebeu a premiação na categoria In memoriam. A honraria foi recebida pelo filho Gabriel Reis e familiares no palco. "Que golaço do Correio Braziliense esse prêmio. Nada mais que o Correio saber fazer e reconhecer quem são as pessoas que fazem essa cidade singular", parabenizou Gabriel.
A criação do Prêmio JK também celebra um ano especial para o Correio Braziliense. Em abril, o jornal completou 65 anos como registro vivo da história da cidade. E, em 2024, os Diários Associados comemoraram o centenário do grupo fundado por Assis Chateaubriand, data celebrada com o musical Chatô e os Diários Associados – 100 Anos de Paixão, que percorreu o país e chegou a Brasília em junho.
Confira como foi a premiação:
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